
A astronomia como ciência portal para a aprendizagem: o Inquiry Based Learning sustentado em ciência contemporânea turma T1
Apresentação
As últimas décadas têm sido marcadas por um crescimento acentuado da produção científica. Ainda assim, o acesso a esses novos conhecimentos e processos científicos, pela sociedade civil é tardio e, em muitos casos, inexistente. Na verdade, existem franjas da população permanentemente arredadas do acesso à ciência, não por opção, mas por limitações na democratização desse mesmo acesso. É neste contexto que a escolaridade obrigatória assume um dos seus papéis mais centrais, potenciado pelo efeito-escola e do efeito-professor nos alunos, nas suas famílias e na restante comunidade escolar (o efeito desmultiplicador de influências que a escola possibilita). Assim, o estruturar de processos de ensino-aprendizagem, com base em metodologias de ensino orientadas para a investigação (MOI), é um caminho natural para colocar a ciência contemporânea conhecimento e processos científicos atuais no quotidiano dos alunos. Nesses processos um dos fatores-chave é a motivação para a problematização científica significativa. Para ela está demonstrada a vantagem da utilização da astronomia como "ciência portal", para a educação em biologia, geologia, física,química, matemática e geografia. Assim, a presente oficina partirá da análise de conceções alternativas, estatisticamente mais frequentes em astronomia. Elas, serão a base para a construção de cenários de aprendizagem estruturados segundo MOI que incluam ciência contemporânea e que permitam a abordagem das Aprendizagens Essenciais.
Destinatários
Professores dos Grupos 230, 420, 510 e 520
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos 230, 420, 510 e 520. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores dos Grupos 230, 420, 510 e 520.
Objetivos
- Estimular a reflexão sobre a prática docente, através da auto e hétero análise sobre de atitudes e crenças epistemológicas em relação à astronomia e suas conceções alternativas. - Analisar metodologias de ensino das ciências, tendo por referência o quadro de Autonomia e Flexibilidade Curricular, o Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e as Aprendizagens Essenciais. - Refletir sobre o perfil sinérgico da investigação, a comunicação e a educação em ciência e formas de o potenciar. - Analisar e produzir cenários de aprendizagem estruturados segundo MOI, baseados em ciência contemporânea (resultados e processos científicos atuais). - Refletir sobre o processo de produção e implementação desses cenários de aprendizagem em «escolas reais», com «atores reais». - Contactar com instituições de produção e divulgação de ciência contemporânea. - Promover a utilização da astronomia na educação
Conteúdos
- Refletir, partindo da auto e heteroperceção, sobre conhecimentos e capacidades dos formandos associados a competência chave para a educação em astronomia. - Refletir, partindo da auto e heteroperceção, sobre atitudes e crenças dos formandos em relação à astronomia. - Identificar as conceções alternativas em astronomia estatisticamente mais frequentes. - Compreender a importância da educação para a ciência em idades precoces, no prosseguimento de carreiras científicas. - Conhecer o contexto quantitativo geral da produção científica nacional e da produção em astronomia a nível mundial. - Analisar, no currículo nacional, as aprendizagens que, direta ou indiretamente, estão associadas à astronomia e comparar com a realidade mundial. - Conhecer causas intrínsecas e causas utilitárias para a utilização da astronomia na lecionação de conteúdos de outras ciências. - Analisar cenários de aprendizagem com ligação direta ao currículo nacional, com base em ciência contemporânea e em MOI. - Contactar com instituições promotoras de produção e divulgação de ciência contemporânea. - Contactar com cientistas que trabalham/trabalharam esses mesmos dados. - Refletir sobre o processo de produção e implementação de cenários de aprendizagem baseados em ciência contemporânea e em MOI.
Metodologias
Nas sessões presenciais conjuntas, haverá tempo para o enquadramento teórico e/ou normativo-legal, para a elaboração de metodologias e/ou de instrumentos e materiais pedagógico-didáticos digitais e organização do desempenho dos/as formandos/as por referência a essas metodologias e/ou instrumentos e materiais. O trabalho autónomo, será o tempo para concretização no terreno – em contexto de escola e/ou de sala de aula – das decisões, estratégias e técnicas estabelecidas e aplicação, bem como aferição inicial dos resultados desta, dos materiais e recursos gizados no passo anterior.
Avaliação
- Obrigatoriedade de frequência de 2/3 das horas Exemplo: A avaliação incidirá sobre o nível de participação do formando (quer nas dinâmicas presenciais, quer remotas) e em dois produtos concretos: um plano de intervenção em contexto profissional e uma apresentação multimédia. O plano de intervenção compreende a conceção e aplicação/experimentação, em sala de aula, das metodologias, materiais e conhecimentos analisados nas sessões conjuntas, devendo considerar: a) os objetivos - o problema diagnosticado e o que se pretende mudarem; b) os conteúdos; c) a metodologia adotada; d) os intervenientes; e) os materiais/recursos produzidos e aplicados; f) a duração; g) a avaliação. A apresentação multimédia suportará a defesa da forma de idealização, conceção, aplicação e avaliação do plano de intervenção. - A avaliação dos formandos é quantitativa e expressa numa escala de 1 a 10, com a correspondente menção qualitativa, conforme referencial constante da legislação em vigor e que a seguir se explicita: Excelente de 9 a 10 valores; Muito Bom de 8 a 8,9 valores; Bom de 6,5 a 7,9 valores; Regular de 5 a 6,4 valores; Insuficiente de 1 a 4,9 valores.
Bibliografia
Bybee, R.W., Scientific inquiry and science teaching, in Scientific inquiry and nature of science. 2006, Springer. p. 1-14.Hansson, L., L. Leden, and A.-M. Pendrill, Contemporary science as context for teaching nature of science: Teachers development of popular science articles as a teaching resource. Physics Education, 2019. 54(5): p. 055008.Salimpour, S., et al., The gateway science: A review of astronomy in the OECD school curricula, including China and South Africa.Research in Science Education, 2020: p. 1-22.Costa, I.A., Ciência Cidadã: envolvimento do público na investigação e divulgação em astronomia. 2020, Universidade do Porto: Porto.Santos, L. and C.M. Sá, Atividades práticas em astronomia. Interacções, 2015. 39: p. 92-104.
Formador
Ilídio André Pinto Monteiro da Costa
Cronograma
Sessão | Data | Horário | Duração | Tipo de sessão |
1 | 12-05-2025 (Segunda-feira) | 18:00 - 20:00 | 2:00 | Online síncrona |
2 | 20-05-2025 (Terça-feira) | 17:00 - 21:00 | 4:00 | Online assíncrona |
3 | 22-05-2025 (Quinta-feira) | 17:00 - 21:00 | 4:00 | Online assíncrona |
4 | 30-05-2025 (Sexta-feira) | 18:00 - 20:00 | 2:00 | Online síncrona |
5 | 31-05-2025 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Presencial |
6 | 31-05-2025 (Sábado) | 14:00 - 19:00 | 5:00 | Presencial |
7 | 07-07-2025 (Segunda-feira) | 17:00 - 21:00 | 4:00 | Online síncrona |